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Coordenadoria de Apoio ao Ensino de Graduação
FORMULÁRIO 01 – Apresentação/Histórico/Justificativa if 1 02 511559 Projeto Pedagógico do Curso

Histórico

A Estatística é uma ciência relativamente recente na área da pesquisa, mas sua aplicação remonta à antiguidade, onde operações de contagem populacional já eram utilizadas para obtenção de informações sobre os habitantes, riquezas e poderio militar dos povos. Ao longo dos anos, as contribuições da Estatística para a sociedade vêm se ampliando, podendo-se sentir seus impactos nos mais diversos setores de atividade.

A Estatística é a ciência da aprendizagem a partir de dados. Com o advento dos computadores de alta velocidade, grandes volumes de dados podem ser obtidos nas mais diferentes áreas – o genoma humano é um exemplo – e isso requer técnicas para organização e análise dos dados, de modo a se obter informação significante. Isso dá à Estatística um caráter altamente interdisciplinar, com aplicações em áreas tão diversas quanto ciências médicas e biológicas, engenharias, ciências sociais e econômicas, etc. Isso exige do Estatístico uma formação sólida, embasada em princípios matemáticos, probabilísticos e inferenciais, assim como um caráter empreendedor, que lhe possibilite trabalhar em equipe com profissionais de diferentes áreas de conhecimento.

O ensino de probabilidade e estatística no Brasil data da época do Império, em que no “curso matemático” da Academia Real Militar – resultado da ampliação da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho feita pelo Príncipe Regente D. João em 1810 – constava o estudo do “cálculo de probabilidades”, recém consolidado por Laplace.

A evolução da Academia Real Militar leva-nos à Escola Central, onde, em 1863, foi criada a cadeira de Economia Política, Estatística e Princípios de Direitos Administrativos. Seu primeiro catedrático, José Maria da Silva Paranhos, Visconde do Rio Branco, como presidente do Conselho de Ministros em 1871-1875, fundou a Diretoria Geral de Estatística e realizou o único recenseamento geral do Império.

Nas primeiras décadas do século XX, disciplinas de Estatística eram ministradas em cursos de Engenharia e vários ilustres estatísticos foram engenheiros.  Em 1953 é inaugurada a Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE – vinculada ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, onde tem início o primeiro curso de bacharelado em Estatística do Brasil. Outros se seguiram a esse e atualmente há cursos de graduação em todas as regiões do país. No Estado do Rio de Janeiro, cursos de graduação em instituições públicas são oferecidos pela ENCE, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pela Universidade Federal Fluminense e pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

A profissão de Estatístico no Brasil foi criada pela Lei 4.739 de 15 de julho de 1965 e o Decreto 62.497 regulamentou seu exercício profissional. O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Estatística constituem as autarquias que têm por finalidade orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão em todo o Território Nacional.

A Associação Brasileira de Estatística – ABE, fundada em 1984, é a associação que congrega pesquisadores, professores, profissionais e estudantes, com o objetivo principal de estimular a pesquisa em Estatística e assegurar sua divulgação através de publicações próprias. Atualmente, ela é responsável pela publicação trimestral do seu Boletim, do Brazilian Journal of Probability and Statistics duas vezes ao ano e, conjuntamente com o IBGE, da Revista Brasileira de Estatística, também de publicação semestral. O Simpósio Nacional de Probabilidade e Estatística – SINAPE – é realizado a cada dois anos, sendo o principal fórum de discussão e apresentação de assuntos da atualidade estatística. Outros encontros regionais e nacionais, como a Escola de Séries Temporais e Econometria, Escola de Modelos de Regressão e Encontro Brasileiro de Inferência Bayesiana, também são patrocinados pela ABE.

 

Justificativa

O currículo mínimo dos cursos de graduação em Estatística foi estabelecido, inicialmente, à semelhança do currículo da ENCE, cujo objetivo primeiro era formar profissionais para as necessidades técnicas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – ao qual aquela instituição está vinculada. No entanto, com o crescente aumento da diversidade de instituições demandantes por profissionais na área de Estatística, torna-se necessário repensar toda a estrutura curricular e diminuir o descompasso entre o que é ensinado e o que é demandado. Assim, espera-se resolver problemas que hoje atingem os cursos de graduação em Estatística no Brasil, entre eles destacando-se a enorme evasão escolar, que faz com que a oferta de bons profissionais fique muito aquém das necessidades do mercado de trabalho, refletindo também na dificuldade de aprovação de candidatos nos concursos para o magistério superior.

Com a ampla gama de aplicações da Estatística, é necessário que se formem profissionais bem preparados, com capacidade de atuação em diferentes setores. Com isso em mente e apoiado nas diretrizes curriculares, o curso de Bacharelado em Estatística ora proposto permitirá aos seus alunos que definam seu próprio caminhar através da escolha de diversas disciplinas optativas, que complementarão sua formação básica. Ao completar o curso, o aluno graduado terá a base necessária para inserção em programas de pós-graduação ou em mercados de trabalho tão diversos quanto seguradoras, mercado financeiro, departamentos de controle de qualidade de empresas e indústrias, institutos de pesquisas nas áreas biomédica, econômica e social.

O Curso de Estatística proposto vem ao encontro das necessidades atuais, com uma trajetória curricular flexível e mais adequada para o nosso tempo, que incentiva a busca de informações e permite que o aluno aprenda a pensar. Com essa formação, pretende-se garantir ao graduado em Estatística pela UFF um alto nível de desenvolvimento intelectual, cumprindo-se, assim, a função social de fornecer recursos humanos qualificados para a pesquisa em importantes setores de atividade, bem como para a docência no ensino superior, contribuições fundamentais para o desenvolvimento técnico e científico do país.

 

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